A ORIGEM
A própolis é uma substância resinosa recolhida pelas abelhas nos botões de certas árvores como o choupo, o salgueiro, o pinheiro, o eucalipto, a esteva, etc.. Principalmente nos botões do choupo.
A abelha separa um fragmento de resina do botão com o auxílio das suas mandíbulas. Em seguida transporta-o com as patas para os sacos de pólen. Acumula várias partículas até que a carga seja suficiente e dirige-se para a colmeia. Antes de empregar a própolis, as obreiras enriquecem-na com as suas secreções salivares ricas em fermentos.
A qualidade da própolis, as suas propriedades físicas, químicas e terapêuticas varia sensivelmente conforme as árvores de onde saiu.
A COMPOSIÇÃO
A própolis tem uma cor castanha, com todas as variantes possíveis entre o amarelo e o negro, muitas vezes misturadas a tonalidades avermelhadas e verdes. O seu odor é fortemente aromático, misturando o da resina, da cera, do mel e da baunilha. O sabor é característico. Muito pronunciado no início, desaparece com a habituação. Foi possível isolar cerca de vinte substâncias, a maior parte das quais são do tipo Flavonoide, o que explica as propriedades antibióticas da própolis.
Tem a seguinte composição:
- 55% de substâncias resinosas
- 30% de cera
- 10% de óleos voláteis ou essências
- 5% de pólen
- Diversos constituintes entre os quais alguns de reconhecida acção na circulação sanguínea e como anti-infamatórios
- Elementos minerais como o cobre, ferro, magnésio, manganésio entre outros
- Vitamina A e vitaminas do grupo B, sobretudo a B3.
AS PROPRIEDADES
Os diversos componentes da própolis conferem-lhe um grande valor medicinal. A primeira grande qualidade é a sua total ausência de toxidade e a sua perfeita tolerabilidade.
Com propriedades bacterostáticas e bactericidas tem uma acção antimicrobiana muito eficaz. Se realizarmos antibiogramas comparados descobre-se que os germes patológicos estafilococos e estreptococos apresentam a mesma sensibilidade à própolis e aos principais antibióticos: penicilina, estreptomicina, terramicina, coramfenicol, etc.
De facto a própolis contém várias substâncias antibióticas naturais flavonoides. A principal destas flavonas é a galangina (trihidroxiflavona) que se encontra nos botões do choupo.
- Possui propriedades fungicidas sobre várias espécies de fungos
- Dispões de efeitos anestésicos muito acentuados. Estes efeitos chegam a ser 3 a 4 vezes superiores aos da cocaína, com a vantagem de não acrescentar qualquer problema secundário negativo
- As suas propriedades cicatrizantes aceleram a evolução positiva dos ferimentos, estimulando e favorecendo a regeneração dos tecidos
- A própolis influi muito favoravelmente nos processos imunológicos de duas formas: directamente, isto é, formando anticorpos e indirectamente, aumentando a resistência global do organismo às diversas agressões.
A SUA UTILIZAÇÃO PELA ABELHA
A própolis presta muitos serviços às abelhas. Utilizam-na para calafetar a colmeia, tapar as eventuais aberturas assegurando que fique estanque. No início do Inverno, as abelhas reduzem as dimensões do orifício de voo a fim de impedirem o frio de entrar e assegurarem uma melhor regulação térmica no interior da colmeia.
Um pouco atrás do orifício de voo, as abelhas edificam, usando a própolis, verdadeiras fortificações destinadas a dissuadirem os animais indesejáveis de entrarem na colmeia. Daí a etimologia da palavra própolis (do grego Pro = à frente, Polis = cidade) "à frente da cidade", muralhas, protecção tanto contra os animais como contra os micróbios.
As abelhas utilizam com efeito as propriedades antibióticas, antimicrobianas e bactericidas da própolis para certas funções específicas: cobrem as paredes internas da colmeia e o interior das células com uma delgada camada a fim de se defenderem dos micróbios. Quando um inimigo consegue, apesar de tudo, entrar na colmeia para roubar o mel, as abelhas matam-no. Os mais pequenos são expulsos pelo orifício de voo mas no caso dos maiores as abelhas não possuem a força necessária para tal; então, a fim de impedirem a putrefacção dos cadáveres e a sua decomposição, rodeiam o corpo do intruso com uma camada de própolis. Esta propolização dos cadáveres é uma mumificação digna de um embalsamento de categoria. Mostra melhor do que qualquer experiência as extraordinárias propriedades da própolis.
AS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS
Aplicada em medicina humana, a própolis, além de se poder empregar em pessoas sãs como reforço geral do organismo, tem efeitos específicos nos seguintes casos:
- Controla as anginas, faringites, sinusites e afecções bronco-pulmonares
- É recomendada em todo o processo de arterioesclerose
- Toda a inflamação ulcerosa da cavidade bucal é controlada pela própolis: gengivites, abcessos, aftas, etc.. Também está indicada nas gastrites e nas perturbações da flora intestinal
- É eficaz nas inflamações e infecções dos rins e bexiga e indicada nos casos de hipertrofia da próstata e ulcerações vaginais
- É um dos agentes curativos mais importantes em todos os problemas de pele, tais como contusões, feridas, gretas, queimaduras, furúnculos, acne, eczemas, etc.
- Ajuda notavelmente am casos de insuficiência cerebro-vasculares
- Todos os organismos e constituições deficientes são notavelmente melhorados pela ingestão periódica de própolis.
COMO USAR A PRÓPOLIS
A própolis com mel pode-se tomar até 6 colheres de chá diárias. O extracto pode ser tomado juntando a 30/40 gotas uma colher de sopa de mel e o sumo de meio limão ingerindo depois de gargarejar várias vezes. Para crianças com mais de 5 anos, as doses serão metade das dos adultos. No caso de feridas, aftas, furúnculos, etc. o extracto deve ser posto localmente.
Darrigol, Jean-Luc, O MEL E A SAÚDE. Lisboa: Ed. Presença, 1979
Ioirish, N., AS ABELHAS, FARMACÊUTICAS COM ASAS, Moscovo: Es. Mir, 1981
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