quarta-feira, abril 20, 2011

A GELEIA REAL

A PROVENIÊNCIA
A geleia real é segregada pelas jovens obreiras encarregues de criar as larvas. As glândulas que a produzem só começam a funcionar no terceiro dia de vida da abelha, atrofiando-se rapidamente a partir do décimo primeiro dia  e terminando então a sua actividade.

A SUA UTILIZAÇÃO PELA ABELHA
A geleia real serve para alimentar as larvas de obreiras nos dois primeiros dias do seu desenvolvimento, e as larvas "reais" durante mais três dias, só conhecendo estas este tipo de alimentação.
A larva que só é alimentada com geleia real multiplicar-se-á por cerca de 1250 vezes em cinco dias o que é considerável. É necessário pensar que a geleia real é um alimento excepcionalmente rico para poder ser responsável por este fenómeno tão espectacular.
A geleia real é igualmente o alimento exclusivo da rainha durante toda a sua vida: cerca de cinco anos contra apenas seis semanas das obreiras e dos zangãos.

AS PROPRIEDADES FÍSICAS
As propriedades físicas da geleia real são:
- Cor: amarelo pálido
- Odor: forte
- Sabor: ácido (PH próximo de 4)
- Consistência: pastosa, gelatinosa

A COMPOSIÇÃO QUÍMICA
As substâncias que compõem a geleia real são tão vastas que se torna difícil enumerá-las. Contém lipoproteínas, enzimas, hormonas, substâncias antibióticas, manganésio, cálcio, cloro, sódio, potássio, fósforo, alumínio, magnésio, silício, ferro, cobre, zinco, cobalto, estrôncio, etc..
Além disso, contém ainda diversas substâncias identificadas entre as quais sais minerais e oligo-elementos, vitaminas B, C, D e E, sobretudo as do grupo B e em particular a B5 ou ácido pantoténico.

O ÁCIDO PANTOTÉNICO
A geleia real é a substância natural mais rica em vitamina B5, também chamada ácido pantoténico. "Pantothein", em grego, significa "estar em todo o lado". Encontra-se o ácido pantoténico nas células dos músculos, do fígado, dos rins e do cérebro. Este ácido desempenha um papel fundamental no metabolismo celular.
Combina-se com diferentes substâncias, no seio das células, para formar o coenzima A, que é o agente principal de todas as reacções biológicas e químicas intracelulares, aquilo que permite o metabolismo das gorduras, dos glícidos e dos ácidos aminados. Este ácido comanda portanto a célula. Regulamenta as complexas e subtis reacções químicas que caracterizam a degradação metabólica dos alimentos. Sem ácido pantoténico, o corpo não poderia assimilrar os produtos da digestão.
A sua carência provoca graves lesões da pele, perda de cabelo, paragem de crescimento nas crianças, grande fadiga física e intelectual, insónias, agitação nervosa e graves problemas digestivos e intestinais.
Facilmente se compreende a grande importância do ácido pantoténico para a nossa saúde. Ora, o produto que o contém em maior quantidade é a geleia real, muito à frente de todos os alimentos que também são ricos neste ácido tais como a levedura de cerveja, o fígado de vitela, a clara de ovo e o gérmen de trigo.
O ácido pantoténico actua também sobre as glândulas cortico-supra-renais e sobre a produção de adrenalina. Na nossa época de "stress", na qual o organismo é continuamente agredido por um ambiente e um modo de vida não apropriados a um bom equilíbrio do nosso corpo, a geleia real surge como um alimento "contemporâneo".

AS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS
A geleia real é antes de mais um estimulante que melhora o estado geral, facilitando o metabolismo intracelular. Actua sobre o conjunto do organismo, que fortifica. Aumenta a resistência ao esforço. É aconselhado aos convalescentes e aos anémicos.
Na terceira idade ajuda a recuperar a memória e exerce uma acção favorável nas pessoas que padecem de arteriosclerose e de angina de peito.
Devido à sua acção sobre as glândulas cortico-supra-renais, a geleia real é um alimento euforizante destinado àqueles que se encontram em depressão ou com excesso de trabalho e estimula a actividade sexual.
Tem uma acção preventiva sobre o envelhecimento prematuro dor órgãos e da pele.

COMO TOMAR A GELEIA REAL
Aconselha-se a realizar duas "curas" por ano sendo uma na Primavera e a outra no Outono, cada uma delas com uma duração de cerca de um mês.
Se tiver ocasião de obter geleia real fresca, directamente de um apicultor, deverá tomar todas as manhãs, em jejum, o equivalente a uma pequena ervilha (1 grama) por absorção sublingual.
A absorção sublingual permite a assimilação imediata dos princípios activos da geleia real sem a intervenção dos sucos gástricos, que apenas serviriam para atrasar e contrariar.
A geleia real fresca deverá estar sempre guardada no frigorífico pois não pode ser exposta à luz solar nem a uma temperatura superior a 6º C, sob pena de se deteriorar rapidamente.

Darrigol, Jean-Luc, O MEL E A SAÚDE. Lisboa: Ed. Presença, 1979
Ioirish, N., AS ABELHAS, FARMACÊUTICAS COM ASAS. Moscovo: Ed Mir, 1981 

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