sexta-feira, abril 15, 2011

O PÓLEN

O QUE É O PÓLEN
Distinguem-se dois tipos de plantas:
- as criptogâmicas, que são plantas sem flores e cujos órgãos de reprodução se encontram escondidos (cogumelos e algas);
- as fanerogâmicas, que são plantas com flores, no seio das quais se encontram os órgãos reprodutores: o órgão feminino ou pistilo e o órgão masculino ou estame.
O pólen é formado na parte terminal dos estames designada por antena. Durante a floração a antena abre, deixando escapar a fina poeira dos grãos de pólen.
A fecundação das flores, geradora de frutos e sementes, realiza-se quando o pólen encontra os pistilos que estão nos ovários. Esta fecundação, quando feita pelo transporte do pólen é designada por polinização.
Ao andarem de flor em flor  as abelhas são os agentes mais eficazes da polinização. Quando entra numa flor, a abelha sacode os estames fazendo com que o pólen se disperse aderindo aos seus pelos. Uma parte desse pólen será deposto nos pistilos das flores que visitará de seguida, involuntariamente.



A RECOLHA
Desde há anos que os apicultores recolhem o pólen pois o seu valor tornou-se interessante com o actual desenvolvimento da dietética e da medicina natural.
Uma colmeia produz, todos os anos, entre 20 a 40 quilos de pólen, mas a sua colheita não deve ser exagerada pois este é indispensável à sua sobrevivência sendo a única fonte de proteínas que possuem.
Para a sua recolha utiliza-se uma grelha colocada à entrada da colmeia, de modo a que a abelha, ao passar, perca uma parte das bolas de pólen.
É indispensável guardar o pólen no frigorífico depois da sua recolha podendo ser consumido nesse estado ou depois de seco.
Para o secar espalha-se em camadas finas sobrepostas entre as quais se insufla uma corrente de ar quente. A secagem termina quando as bolas escorregam umas sobre as outras sem se aglomerarem.
Poderá também ser consumido fresco mas terá que ser sempre guardado no frigorífico para não fermentar.



A COMPOSIÇÃO
Existe tantos tipos de grãos de pólen quantas as espécies de flores que há na natureza e as suas cores são muito variáveis.
O pólen é composto por:
- Proteínas: cerca de 35%. Trata-se de uma quantidade enorme, tanto mais considerável quanto a maioria destas proteínas são ácidos aminados essenciais não sintetizáveis pelo organismo (lisina, triptófano, histidina, leucina, isoleucina, metionina, fenilanina) e ácidos aminados aceleradores do crescimento, como a arginina, a cistina, a tirosina, entre outros. Compreende-se a riqueza dietética do pólen quando se conhece o papel destas proteínas e em particular as propriedades de cada um dos ácidos aminados. Enunciar essas propriedades dá uma ideia melhor do valor do pólen:
- a lisina contribui para a fixação do cálcio, estimula o apetite, facilita a digestão, favorece a renovação dos glóbulos vermelhos;
- o triptófano permite a assimilação da vitamina PP, cuja carência provoca a pelagra;
- a arginina opõe-se à impotência;
- a histidina  favorece a formação da hemoglobina sanguínea;
- a cistina  melhora a elasticidade da pele;
- a tirosina protege a pele contra a radiação solar:
- a leucina  facilita o bom funcionamento do pâncreas;
- a meteonina favorece o fígado e o aparelho digestivo em geral.
- Todos os ácidos aminados existentes nas células vivas foram encontrados no pólen.
- Glícidos (em particular o amido e a lactose) cerca de 40%, lípidos 5% e água 5% completam a composição. Restam 15% de substâncias diversas.
Os constituintes conhecidos são:
- as vitaminas do grupo B, C, D, E, e a provitamina A;
- a maior parte dos sais minerais: cálcio, potássio, magnésio, fósforo e numerosos oligoelementos;
- Enzimas que favorecem o metabolismo de numerosas funções orgânicas importantes;
- diferentes pigmentos responsáveis pela cor.
No total um conjunto de corpos múltiplos e complementares que actuam, em meio natural, numa harmoniosa sinergia.



AS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS
O pólen é, em primeiro lugar, um fortificante natural que melhora o estado geral. Desta propriedade decorrem decorrem diferentes indicações terapêuticas:
- estimula o organismo e ajuda-o a prevenir agressões microbianas, reforçando-o;
- regulariza as perturbações funcionais reequilibrando os metabolismos em mau estado;
dá força aos convalescentes, às pessoas fatigadas, enfraquecidas e intoxicadas.
O pólen permite às pessoas anoréxicas reencontrarem o apetite. É recomendado em todos os estados carenciais, descalcificação, raquitismo. Trata-se de um excelente remédio contra a anemia. Combate a fadiga intelectual e melhora a actividade cerebral e a memória.
É um notável regulador intestinal. Combate as colites, as fermentações e impede as putrefacções. Auxilia o tratamento das colibaciloses.
É um excelente remédio contra a astenia sexual e a impotência e ajuda a lutar contra o envelhecimento prematuro.
Para os homens tem uma acção eficaz contra a hipertrofia da próstata.

COMO USAR O PÓLEN
A dose diária aconselhável é de duas colheres de sobremesa para os adultos e duas de chá para as crianças, de manhã ou antes do almoço.Pode ser tomado com água, sumos, leite ou uma qualquer infusão. Quem não aprecia o seu gosto pode ainda misturá-lo com iogurte, mel ou doce.

Darrigol, Jean-Luc, O MEL E A SAÚDE. Lisboa: Ed. Presença, 1979
Ioirish, N., AS ABELHAS, FARMACÊUTICAS COM ASAS, Moscovo: Ed. Mir, 1981 

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